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Por que a pandemia de COVID contribuiu para o aumento de casos de ansiedade?

Talvez você tenha notado um aumento de relatos de pessoas que se dizem ansiosas ou que já tenham tido um diagnóstico de transtorno de ansiedade.

Pode ser uma colega de trabalho, um familiar, ou até mesmo você pode estar com sintomas de ansiedade que aumentaram durante e após a pandemia de COVID.

A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de desafios para a saúde mental das pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um aumento significativo nos níveis de ansiedade, depressão e estresse em muitos países desde o início da pandemia.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, houve um aumento significativo nas consultas psicológicas e psiquiátricas desde o início da pandemia de COVID-19. No primeiro ano da pandemia, 2020, houve um aumento de 50% nas consultas psicológicas e um aumento de 20% nas consultas psiquiátricas em comparação com o ano anterior (Ministério da Saúde, 2021).

Uma das explicações para esse aumento é que a pandemia gerou muitas emoções e dúvidas em relação ao futuro, como a saúde, a economia e as relações sociais. O isolamento social e as restrições de mobilidade necessárias para o controle do contágio com o coronavírus, ocasionaram a sensação de solidão e desconexão social, levando ao aumento do estresse e da ansiedade.

Além disso, a pandemia também expôs as desigualdades sociais e a deficiência dos sistemas públicos, agravando a sensação de impotência e desesperança em relação ao futuro, já presentes na sociedade.

Devemos destacar que o isolamento social, uma das medidas necessárias para conter a propagação do vírus e proteger a saúde pública, foi um dos principais fatores que contribuíram para o aumento do sofrimento psíquico durante a pandemia.

Embora essa medida precisasse ser adotada, os seus efeitos negativos na saúde mental das pessoas são evidentes, já que privaram-nas do contato social, desfazendo conexões afetivas importantes para a preservação do bem estar mental coletivo.

Para Erich Fromm, psicanalista e filósofo social, que estudou os efeitos da sociedade na saúde mental dos indivíduos, critica a falta de contato humano e de conexões na vida moderna, afirmando que este fenômeno pode acarretar problemas emocionais e psicológicos, tal como os observados durante e após a pandemia.

Segundo Fromm (2004), nossas emoções e o modo como nos comportamos sofrem a influência da sociedade e da cultura na qual estamos inseridos, neste sentido, o isolamento social durante a pandemia, a incerteza sobre a continuidade do trabalho, o medo e a insegurança em relação à própria saúde e dos seus familiares, o medo da morte, a falta de expectativa quanto ao fim da pandemia, são causas predisponentes para o agravamento dos estados de saúde mental.

Referências bibliográficas:

Fromm, E. (2004). O medo à liberdade. Paz e Terra.

Ministério da Saúde. (2021). Atenção à saúde mental durante a pandemia de COVID-19. Acessado em 1 de abril de 2023, de <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/atencao-a-saude-mental-durante-a-pandemia-de-covid-19>

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